Babesiose: o que é, sintomas e tratamento
O que é?
A babesiose é uma das vertentes da famosa doença do
carrapato. Ela é causada pelo protozoário Babesia canis e Babesia gibsoni,
transmitido pelo carrapato marrom ao entrar em contato com o sangue do
cachorro. Após instalada, a babesiose invade os glóbulos vermelhos e os
destrói quando se reproduz lá dentro. É comum que a babesiose esteja junto com
a bactéria erliquiose, que, além de destruir os glóbulos vermelhos, também
impede que o corpo produza novos.
É a partir dessa destruição que surgem os sintomas da
doença. Os glóbulos vermelhos são responsáveis pela circulação do oxigênio no
sangue e, por isso, com a babesiose o cachorro fica anêmico, com as mucosas
(gengiva, olhos e interior dos genitais) amareladas ou pálidas, fraco e
deprimido.
Assim que o sangue contaminado se espalha pelo organismo,
algo que leva 1 ou 2 dias, a infecção se torna praticamente invisível. Durante
10 a 14 dias esses micro-organismos desaparecem do sangue do cachorro. Isso
passa a falsa sensação de alívio ou exames clínicos equivocados. Quando
reaparecem, iniciam a segunda fase da infecção, mais intensa e disposta a
chamar atenção.
Sintomas
Geralmente, a babesiose não apresenta sintomas – pelo menos
de imediato. O que pode entregar a babesiose são sinais manifestados após
exercícios físicos, como cansaço demasiado ou mesmo a diminuição da atividade,
por decorrência da infecção.
Quando o quadro de infecção na segunda fase se instala, a
tendência é que o cachorro apresente alguns distúrbios. Em geral eles aparecem
em funções ligadas à saúde sanguínea, como mucosas (gengiva, olhos e interior
dos genitais) amareladas ou pálidas, fraqueza, falta de apetite e abdômen
inchado (resultado do aumento do baço). E, já que os glóbulos vermelhos foram
atacados pela babesiose, é natural que alguns sintomas de uma anemia apareçam.
Outros sintomas decorrentes da infecção são febre de
moderada a alta, urina escura (também pela destruição dos glóbulos vermelhos) e
um enorme abatimento. Como o sangue perde sua capacidade de carregar o oxigênio
com a babesiose, o cachorro se mostra menos propenso à vida ativa, cansado e
visivelmente afetado. E, em muitos casos, pode apresentar insuficiência renal,
o que causa a diminuição da quantidade de urina e a capacidade dos rins de
eliminar as toxinas do organismo.
Causas
As Babesias, causadoras da babesiose, podem ou não
nascer com o carrapato marrom. Assim como ele pode ser apenas um um meio de
transporte e disseminação do protozoário, ele também pode absorver a babesia ao
picar um cachorro infectado e então passar aos seus filhotes (se for fêmea) –
além de transmitir a outros cachorros que picar depois.
Mas é importante ter em mente que nem todos os carrapatos
têm a babesia. Isso depende de eles herdarem isso de sua mãe ou de picarem um
cachorro com o protozoário. Os que têm vão transmiti-la por suas glândulas
salivares ao entrarem em contato com o sangue do animal.
Tratamento e Prevenção
Diagnóstico e tratamento contra a babesiose
O diagnóstico da babesiose é feito por exame de sangue,
pela visualização da Babesia canis dentro dos glóbulos vermelhos.
Porém, nem sempre o exame aponta o protozoário: aí é preciso fazer um exame
sorológico que confirme o diagnóstico. Em geral são testes rápidos com
resultados na hora.
O tratamento consiste em usar medicações específicas para
matar a babesiose. Também vai ser preciso corrigir os problemas gerados pela
babesia, o que pode incluir suporte alimentar, fluidoterapia (soro na veia),
entre outras formas de tratamento de apoio.
Em muitos casos, quando há uma anemia muito intensa, uma
transfusão de sangue é necessária – em outros casos, pode-se usar o recurso da
hemodiálise – para auxiliar o organismo, em consequência da insuficiência
renal. Ao agir rapidamente, os problemas hepáticos e renais são
solucionados e a chance de sobrevivência do animal é muito alta. Por fim,
a eliminação dos parasitas também faz parte do tratamento.
Como prevenir a babesiose
O melhor método para prevenir a babesiose é o controle dos
carrapatos, que pode ser realizado com o uso de carrapaticidas ou coleiras que
contenham a substância e higiene do local do animal. Mas eliminar os
carrapatos do cachorro ou do ambiente é verdadeiro desafio.
Se usar produtos para matar carrapatos no ambiente, lembre-se
de tirar cães e gatos do local por algumas horas para evitar intoxicações. Você
pode recorrer a uma “vassoura de fogo” (um maçarico de limpeza) em pisos frios.
Esses mesmos produtos não costumam funcionar bem em lugares
abertos, como jardins, onde há matéria orgânica (como a grama). Por isso, o
ideal é buscar opções naturais, como plantas com substâncias que repelem
carrapatos. Podar as árvores e deixar a grama exposta ao sol e sempre curta
também ajuda.
Por fim, aproveite o momento da escovação para verificar se
há algum carrapato preso na pele do cachorro, especialmente após os passeios,
por exemplo. Nem sempre o carrapato responsável pela transmissão fica por muito
tempo no animal, então pode não ser visto até pelas pessoas mais cuidadosas.
Por isso é importante ficar atento aos sintomas e consultar sempre um
veterinário.
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